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Tendências: Capacitação em construção

A Saúde e o Bem-Estar (Parte II)
Jardim

Se seguiu o conselho que lhe deixámos no Boletim anterior, tem fortes motivos para comemorar, pois não há nada como começar a cuidar da sua saúde, inspirar-se em si próprio e assegurar o seu bem-estar físico e emocional.

A autoconfiança constrói-se todos os dias. Segura e paulatinamente, deixe que esta se instale no seu quotidiano e vai ver que, em vez de reagir vai passar a pro-agir. O bem-estar espera-o/a, mantenha-o presente na sua vida com um lembrete permanente. Se tiver que mudar o seu estilo de vida, aproveite e comece por repensar as suas rotinas. Equipe-se com uma nova postura positiva (tão mais confortável) e empenhe-se em si, a diferença começa aí, agarre esse momento e não o solte mais.

Os objetivos são alcançáveis quando se sabe o que se procura, o que se quer, aquilo que merece o verdadeiro investimento. Nós somos os nossos próprios especialistas [do nosso corpo e mente, da nossa saúde, da (s) nossa(s) doença(s)]. Se não se compromete consigo, não se compromete com os outros. Se a doença é uma condição, o bem-estar é um imperativo. É necessário assegurar o conforto e eliminar o sofrimento (só por si desestabilizador).

Corpo a pairarEstar doente - mesmo quando se vive com doença crónica - não deve ser sentido como uma causa ou uma consequência em si, mas antes como uma experiência que, podendo até toldar a nossa capacidade momentânea, não nos retira as competências para mobilizarmos estratégias pessoais de (re)posicionamento face à doença. Somos responsáveis por controlar os seus efeitos e danos colaterais. Melhorar a nossa qualidade de vida é, ou não, uma missão estratégica? Claro que sim!

Atentemos, pois, ao que nos dizem as tendências de saúde e bem-estar1:

  • Valorização positiva da saúde e da felicidade.
  • Crescente preocupação com a saúde e o bem-estar físico e mental.
  • Maior autonomia dos indivíduos e busca de soluções que permitem monitorizar a sua saúde – equipamentos de medição (tensão arterial, colesterol, glicémia, entre outros), aplicações tecnológicas de suporte a «processos quotidianos não ligados ao procedimento médico em si mesmo».
  • «Monitorização de sintomatologia à distância», no que toca à área da medicina.
  • Promoção e partilha de «hábitos e estilos de vida que promovam a saúde e o bem-estar, através de aplicações e de websites que se centram em experiências de bem-estar.».

A nível nacional podemos destacar, pela sua relevância e eficácia, um exemplo representativo destas tendências, nomeadamente, do ponto de vista da evolução do negócio, o modelo de farmácia do futuro2 assente numa maior relação de proximidade e na lógica de serviço comunitário3. Em síntese, o foco deverá estar cada vez mais centrado na pessoa e não no negócio em si.

Não é por acaso que estão a emergir novos perfis profissionais mais qualificados e transversais na área da saúde, cobrindo um espectro alargado de competências comportamentais e do relacionamento interpessoal, gestão e intermediação, orientação para o cliente, marketing digital, (re)desenho de produtos e gestão de clientes e seus acompanhantes, abrangendo ainda competências de promoção e inovação social.

Para que este modelo de gestão económico-social (maior centralidade nas pessoas) progrida, será fundamental apostar em novas práticas, no desenvolvimento de novas competências (sociais e digitais), no crescimento sustentável e na literacia e promoção da vida saudável.

Não pare este processo. Informe-se, divulgue, partilhe, participe. Ou ainda tem dúvidas que ao capacitar-se está a investir em SI e nos outros?

Catarina Marques
(Coordenadora do Núcleo da Dor)

Artigo publicado no Boletim nº 57 (Outubro a Dezembro de 2015)

1 Mendes, Fernando Ribeiro; As necessidades de qualificação no Cluster da Saúde e Bem-Estar – Estudo Estratégico, CCP, Lisboa, 2015, Págs. 48-49
2 Mendes, Fernando Ribeiro; As necessidades de qualificação no Cluster da Saúde e Bem-Estar – Estudo Estratégico, CCP, Lisboa, 2015. Vide, Pág. 66.
3 «As farmácias são um espaço onde coexistem o tratamento e a prevenção da doença com a promoção da saúde e da beleza e onde tem havido uma diversificação do tipo de serviços disponibilizados à comunidade como análises clínicas, rastreios, tratamentos de estética médica e outras áreas da medicina, como ortopedia e a ótica.» Idem.